As críticas intensificaram-se após um bebé ter nascido na receção de um hospital em Vila Nova de Gaia, um evento que, para os opositores, simboliza as falhas estruturais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Vários líderes partidários manifestaram a sua preocupação com o estado da saúde em Portugal.

Rui Tavares, porta-voz do Livre, foi um dos mais diretos, afirmando que a ministra "já tinha poucas [condições], cada vez vai tendo menos" para exercer o cargo. Acompanhando "com muita preocupação" o caso do hospital de Gaia, Tavares lembrou que o seu partido já tinha alertado para a sobrecarga daquela unidade hospitalar, que serve o sul do distrito do Porto e o norte do de Aveiro. Também José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, foi contundente, declarando que "há muito tempo que a ministra da Saúde perdeu a autoridade política" e responsabilizando o Primeiro-Ministro por mantê-la em funções.

A líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, juntou-se ao coro de críticas, acusando Ana Paula Martins de anunciar "grandes, grandes planos, que depois não se concretizaram e que não resolveram absolutamente nada".

Leitão desafiou a ministra a fazer "uma reflexão sobre aquilo que tem sido o seu trabalho e o seu papel".

Estas críticas surgem num contexto de campanha autárquica, onde a saúde se tornou um tema central, com a oposição a capitalizar os problemas do SNS para atacar a governação da Aliança Democrática.

A pressão sobre a ministra evidencia a fragilidade política de uma das pastas mais sensíveis do Governo.