Esta divisão arrisca-se a fragmentar o voto progressista, podendo favorecer a reeleição do atual presidente, Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL).
Num jantar-comício da coligação liderada por Alexandra Leitão, várias figuras proeminentes da esquerda uniram-se no apelo ao voto útil e na crítica à decisão da CDU de não integrar a aliança. O antigo comissário europeu António Vitorino questionou o PCP sobre como se sentiria se "a dispersão de votos" resultasse na continuidade de Moedas e na "influência desmedida da direita radical".
Rui Tavares, do Livre, lamentou que os comunistas não tenham entrado "no elétrico da responsabilidade". José Luís Carneiro, líder do PS, reforçou o apelo, afirmando que "não se podem desperdiçar votos" e que a "Viver Lisboa" é a única "candidatura alternativa, séria e credível".
Em resposta, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusou o PS de ter sido "cúmplice" e "a muleta da gestão errada do Moedas" durante os últimos quatro anos, ao viabilizar os seus orçamentos. "Tudo o que é negativo em Lisboa tem a mão do PS também", declarou Raimundo, justificando a candidatura autónoma da CDU como a verdadeira força de oposição. Esta troca de acusações evidencia uma luta estratégica pelo eleitorado de esquerda, onde a coligação procura concentrar os votos para derrotar a direita, enquanto a CDU se posiciona como a única força consistentemente opositora, tanto a Moedas como à anterior gestão socialista, criando uma dinâmica de poder complexa na capital.














