A escala de caças F-35 norte-americanos com destino a Israel, na Base das Lajes, nos Açores, desencadeou uma crise política e diplomática, marcada por versões contraditórias e acusações de falta de transparência. A oposição, liderada pelo Bloco de Esquerda, acusa o Governo de mentir e de tornar Portugal “cúmplice de um genocídio”. A controvérsia intensificou-se após a embaixada de Israel em Portugal ter sugerido que “tais assuntos são discutidos em salas fechadas entre as partes”, uma afirmação que foi “categoricamente” desmentida pelo gabinete do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Posteriormente, a própria embaixada recuou na sua declaração.
O Governo admitiu inicialmente ter havido uma “falha de procedimento”, explicando que o Ministério dos Negócios Estrangeiros não fora informado da operação, que teve autorização tácita de uma entidade dependente do Ministério da Defesa.
Esta aparente descoordenação interna e as informações desencontradas alimentaram as críticas da oposição.
Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda, foi veemente: “O Governo mentiu ao povo português e essa mentira transformou o nosso país em cúmplice do maior crime contra a humanidade”.
A polémica expôs fragilidades na comunicação do Executivo e levantou sérias questões sobre a coerência da política externa portuguesa em relação ao conflito no Médio Oriente.
Em resumoO caso dos caças F-35 nas Lajes desgastou a imagem do Governo, revelando falhas de coordenação interna e gerando uma crise de confiança. A controvérsia foi aproveitada pela oposição para questionar a transparência e a autoridade do Executivo em matérias de defesa e política externa, com repercussões diplomáticas e políticas.