No entanto, o desempenho global ficou muito aquém das ambiciosas metas traçadas pelo seu líder, André Ventura, que admitiu não ter atingido todos os objetivos.

Depois de se ter tornado a segunda força no parlamento nas legislativas de maio, as expectativas do Chega para as autárquicas eram elevadas, com André Ventura a apontar para a conquista de dezenas de municípios. O partido acabou por eleger apenas três presidentes de câmara, ficando atrás do CDS-PP em número de autarquias lideradas. A vitória em Albufeira, retirando a câmara ao PSD, e no Entroncamento, conquistada ao PS, são simbólicas, mas não compensam o fracasso em concelhos onde o partido tinha vencido nas legislativas, como na região do Algarve, onde apenas um dos 16 municípios ficou sob sua alçada. O partido consolidou-se como terceira ou segunda força em vários municípios, como em Palmela, Sesimbra, Setúbal e Almada, onde elegeu vereadores pela primeira vez, demonstrando uma crescente implantação territorial.

No entanto, a votação total, pouco acima dos 600 mil votos, representa menos de metade dos 1,4 milhões alcançados nas legislativas, indicando, segundo o politólogo António Costa Pinto, que a personalização dos candidatos locais e a dinâmica autárquica se sobrepuseram à tendência nacional.

André Ventura reconheceu a desilusão, afirmando: "Sempre disse que não há partidos de poder sem serem partidos autárquicos.

Demos esse primeiro passo, mas ainda estamos longe dos objetivos a que nos tínhamos proposto".