A decisão, comunicada pelo secretário-geral José Luís Carneiro, é descrita como uma "abstenção exigente" a um orçamento que o partido critica como "vazio de ambição e de conteúdo". A posição do PS foi formalizada após reuniões da Comissão Política Nacional e do grupo parlamentar, onde, segundo Carneiro, houve um "manifestação geral de apoio" à proposta de abstenção. O líder socialista justificou a decisão com a necessidade de "honrar a palavra dada aos portugueses, não se constituindo como um fator de instabilidade política". Apesar de viabilizar o documento, Carneiro deixou claro que "este não é o orçamento do PS" e que, com um governo socialista, seria "substancialmente diferente".

O PS planeia apresentar propostas de alteração durante a discussão na especialidade, focadas no apoio às pensões mais baixas, na habitação e na redução do custo de vida.

A reação do Chega foi imediata, com o seu líder, André Ventura, a acusar o PS de ser um "partido vendido", afirmando que "o voto não é para ser vendido, nem cedido, nem transacionado". Ventura criticou o que considera ser "taticismo político" por parte de José Luís Carneiro e garantiu que o seu partido irá "exigir e negociar o orçamento", posicionando-se como o verdadeiro líder da oposição. Por sua vez, o Ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, saudou a posição do PS como "responsável", considerando que um voto contra "seria um sinal de irresponsabilidade".