Esta intervenção gerou fortes reações, nomeadamente do Livre, e realinhou o discurso da direita com as posições do Chega.

Durante a apresentação de um livro, Passos Coelho criticou os oito anos de governação de António Costa, afirmando que a sua política de imigração era de “deixa entrar, isto é para ser assim e não pergunto nada a ninguém”. Segundo o ex-primeiro-ministro, esta abordagem levou a que “em muito pouco tempo entrasse imensa gente em Portugal”, criando um ambiente de insegurança e desconfiança que pode fazer com que “as coisas podem descambar”. A reação mais veemente partiu de Rui Tavares, porta-voz do Livre, que acusou Passos Coelho de “enorme descaramento” e de querer “pôr o tapete vermelho debaixo dos pés de André Ventura”.

Tavares desafiou o antigo líder do PSD a “assumir ao que vem”, sugerindo uma conspiração estratégica com o líder do Chega.

A intervenção de Passos Coelho marca um endurecimento do discurso no seio da direita moderada sobre a imigração, aproximando-se das narrativas populistas e influenciando diretamente o debate político nacional, numa altura em que o tema é central para o atual governo e para a oposição.