O antigo dirigente do Chega, Nuno Pardal Ribeiro, será julgado por dois crimes de recurso à prostituição de menores, um na forma tentada e outro consumado. A decisão do Tribunal de Instrução de Cascais de pronunciar o ex-vice-presidente da distrital de Lisboa do partido representa um duro golpe para a imagem do Chega, que se posiciona como um defensor da lei e da ordem. O caso remonta a 2023, quando Nuno Pardal Ribeiro terá conhecido um jovem de 15 anos através de uma aplicação de encontros. Segundo a acusação do Ministério Público, o arguido “sabia que o assistente tinha 15 anos de idade” e, ainda assim, praticou atos sexuais a troco de 20 euros. A juíza de instrução rejeitou o pedido da defesa para a suspensão provisória do processo, decidindo que existem factos suficientes para levar o caso a julgamento, nos exatos termos da acusação.
Após a acusação se tornar pública em fevereiro, Pardal Ribeiro demitiu-se dos seus cargos no partido e renunciou ao mandato de deputado municipal em Lisboa.
O Ministério Público pretende ainda que o ex-dirigente seja proibido de exercer funções que envolvam contacto com menores.
Este escândalo abala a credibilidade do partido, que tem feito da moralidade e da segurança as suas bandeiras, e coloca em xeque os seus processos de escrutínio interno.
Em resumoA decisão de levar a julgamento o ex-dirigente do Chega, Nuno Pardal Ribeiro, por crimes graves de prostituição de menores, constitui um escândalo significativo para o partido. O caso levanta questões sobre a coerência entre o discurso de rigor moral do Chega e as ações dos seus quadros, gerando um considerável dano reputacional.