André Ventura elegeu Henrique Gouveia e Melo como o seu principal adversário, enquanto António José Seguro consolida uma base de apoio que transcende as fronteiras do seu partido. Na sua primeira entrevista como candidato, André Ventura classificou Gouveia e Melo como “o candidato da área socialista”, descrevendo-o como “medroso, hesitante e incapaz de tomar uma posição sobre os assuntos do país”. Esta tática visa polarizar o eleitorado de direita, colocando-se como a única alternativa antissistema face a um candidato que associa ao establishment.

Em contrapartida, António José Seguro anunciou o apoio de personalidades que estiveram ligadas às campanhas de Jorge Sampaio e Sampaio da Nóvoa, como João Afonso e José Romano.

Este movimento sugere uma estratégia de agregação ao centro-esquerda, com o PS a preparar-se para declarar o seu apoio formal.

Seguro, no entanto, insiste que a sua é uma candidatura “acima dos partidos”. Neste cenário, António Filipe, apoiado pelo PCP, reivindica o seu espaço, afirmando que a convergência à esquerda deveria ser em torno da sua candidatura, pois, na sua ótica, “o candidato de esquerda sou eu”, posicionando Seguro como mais próximo do centro-direita.

Estas movimentações iniciais desenham um campo de batalha com Ventura a procurar o confronto direto, Seguro a construir uma base ampla e Filipe a tentar unir a esquerda tradicional.