As acusações expõem uma profunda crise interna no Chega.

O ex-deputado afirma que Ventura tem uma "personalidade tóxica" que "envenena o que ele mesmo semeou" e uma "pulsão autocrática destrutiva", comparando a sua liderança à de José Sócrates no PS. Mithá Ribeiro alega que o líder do Chega o impediu de falar sobre racismo no Parlamento e que o partido se tornou num "projeto de poder de Ventura". Em entrevista, descreveu o ambiente na bancada parlamentar como uma "sala de aula indisciplinada" onde "qualquer dia há pancadaria", um reflexo do "caos narcísico do líder".

A reação da cúpula do Chega não se fez esperar.

O deputado Pedro Frazão classificou Mithá Ribeiro como um "cadáver político" que se "suicidou-se politicamente". O próprio André Ventura desvalorizou as críticas, afirmando que a saída se deve ao facto de o ex-deputado não ter tido "os lugares que queria", acrescentando que "a política não pode ser uma luta por tachos". Esta rutura pública revela as tensões e o estilo de liderança centralizador que marcam o terceiro maior partido português.