A crítica evidencia uma crescente tensão entre o poder local e o governo central sobre a gestão dos fundos e a recuperação do território.

Criado em fevereiro de 2024 com uma dotação de 155 milhões de euros, o plano tarda em sair do papel, gerando frustração entre os presidentes de câmara da região. Luís Tadeu, presidente da Associação de Municípios do Parque Natural da Serra da Estrela, afirmou que "neste momento não foi candidatado rigorosamente nada" e que os "timings, os valores e alguns projetos" já estão "muito ultrapassados". Flávio Massano, presidente da Câmara de Manteigas, foi mais contundente, declarando que "não existe dinheiro" para financiar o plano, uma vez que as fontes de financiamento identificadas não se materializaram e "os quadros europeus estão esgotados". Os autarcas sentem que, três anos após o grande incêndio, se vive um "impasse" e que as suas "expectativas defraudadas" minam a confiança no Estado central.

Luciano Ribeiro, autarca de Seia, acusou o poder central de manter a região "sempre muito longe do pote". Esta situação revela um conflito de poder e influência, onde os municípios se sentem desprovidos de autoridade e recursos para implementar a recuperação, dependendo de um governo central que acusam de falta de resposta e de compromisso financeiro.