O documento aponta falhas graves à Carris, à manutenção e à supervisão, transformando a tragédia numa questão de gestão e fiscalização municipal. O relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) revelou que o cabo que cedeu não respeitava as especificações da Carris nem estava certificado para transporte de pessoas, além de detetar omissões na manutenção e falta de formação dos funcionários. Estas conclusões levaram os vereadores do PS na Câmara de Lisboa a exigir a demissão da administração da Carris, considerando que esta "perdeu as condições para continuar em funções".
Partidos como o PCP e o Chega também pediram o apuramento de responsabilidades políticas. Em resposta, o presidente da Câmara, Carlos Moedas, afirmou que o relatório "reafirma que a infeliz tragédia do elevador da Glória foi derivada de causas técnicas e não políticas", uma declaração que a oposição, nomeadamente João Ferreira (PCP) e Alexandra Leitão (PS), classificou como uma tentativa de se eximir a responsabilidades. O candidato presidencial Luís Marques Mendes, embora recusando pedir demissões, considerou que as conclusões são "bastante duras" e que cabe "aos gestores da Carris decidir se têm condições para continuar".
A crise coloca sob pressão a gestão de Moedas e a administração da empresa municipal de transportes, num claro realinhamento da autoridade e influência política na capital.














