A proposta necessita de uma maioria absoluta de 116 votos para ser aprovada em votação final global, o que torna o voto do Chega decisivo, uma vez que PS, BE e PCP já anunciaram a sua oposição.

As negociações foram marcadas por sucessivos adiamentos e cedências.

O PSD aceitou uma exigência do Chega para incluir a comprovação de "meios de subsistência" para os requerentes de nacionalidade, uma medida que o PS classificou como "uma cedência ao Chega". Em contrapartida, o Chega viabilizou a proposta do Governo de introduzir a perda de nacionalidade como pena acessória no Código Penal, apesar de ter visto as suas próprias propostas, consideradas "linhas vermelhas", serem rejeitadas. André Ventura mantém em aberto o sentido de voto final, insistindo na perda automática da nacionalidade para crimes graves. Do lado da oposição, o PS, pela voz de Eurico Brilhante Dias, lamentou a falta de acordo e levantou "dúvidas de constitucionalidade" sobre a proposta. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o Governo de "insensibilidade e desumanidade", criticando o facto de a lei poder prejudicar crianças nascidas em Portugal cujos pais aguardam há anos pela regularização da sua situação. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, defendeu a revisão como uma forma de tornar a lei "mais exigente" e acusou o PS de querer repetir "os erros feitos no passado na política da imigração".