O Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, anunciou no parlamento que o Governo planeia continuar a reduzir o IRS a um ritmo de 500 milhões de euros por ano entre 2027 e 2029. Esta medida insere-se na promessa eleitoral de um desagravamento fiscal total de dois mil milhões de euros sobre o rendimento das famílias até ao final da legislatura. Durante o debate da proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), Sarmento destacou que esta trajetória de alívio fiscal representa o compromisso do executivo com a "redução sustentada da carga fiscal sobre as famílias portuguesas". O ministro lembrou que o OE2026 já inclui o quarto desagravamento do IRS num período de um ano e meio, sucedendo a reduções implementadas pelo anterior governo do PS e pelo atual executivo da AD.
Para 2026, as medidas incluem a atualização dos escalões em 3,51% e um corte nas taxas para os escalões intermédios.
O plano plurianual de redução fiscal visa garantir "previsibilidade e estabilidade fiscal", permitindo às famílias um melhor planeamento orçamental.
No entanto, a estratégia do Governo não está isenta de críticas. O PS, através do deputado Miguel Costa Matos, acusa o executivo de usar "truques" orçamentais para prever um excedente, como a "suborçamentação gigantesca" da saúde, e de "dar com uma mão e retirar com a outra", apontando para o aumento do ISP que poderá compensar a descida do IRS. O ministro das Finanças, por sua vez, defendeu a sustentabilidade das contas, rejeitando a proposta do PS de usar o saldo da Segurança Social para aumentos permanentes de pensões, argumentando que tal seria um "erro" que comprometeria a sustentabilidade do sistema a longo prazo.
Em resumoO Governo da AD avança com uma estratégia de redução contínua do IRS até ao final da legislatura, apresentando-a como um pilar da sua política económica. Contudo, a oposição questiona a credibilidade das contas e acusa o executivo de compensar o alívio fiscal com cortes noutras áreas e aumentos de impostos indiretos.