A multiplicidade de candidatos revela a dificuldade em encontrar uma figura agregadora.

O apoio do PS a António José Seguro não foi unânime, com figuras como Ferro Rodrigues a adiarem uma declaração de apoio. Numa tentativa de concentrar votos, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, chegou a desafiar António Filipe a desistir em favor de Seguro.

A resposta do candidato comunista foi perentória, afirmando que a sua candidatura "vale por si" e sugerindo, ironicamente, que o PS pedisse a desistência de candidatos mais ao centro, como Marques Mendes ou Gouveia e Melo. A mais recente candidatura a surgir foi a de Jorge Pinto, deputado do Livre, que justificou a sua decisão com a ausência de uma "candidatura única e agregadora à esquerda". A sua entrada na corrida gerou controvérsia dentro do próprio partido, com o membro fundador Ricardo Sá Fernandes a declarar apoio a Seguro e a criticar Jorge Pinto por se ter "auto-imposto" antes de um debate interno.

Esta divisão interna no Livre espelha a fragmentação mais ampla da esquerda, que parece incapaz de convergir num projeto comum para as presidenciais.

A dispersão de votos entre vários candidatos progressistas arrisca-se a diluir a sua força eleitoral, tornando mais difícil a passagem de qualquer um deles a uma eventual segunda volta.