No entanto, a tomada de poder foi imediatamente contrabalançada pela oposição, que se uniu para controlar a Assembleia Municipal, sinalizando um mandato politicamente desafiador. A cerimónia de instalação dos órgãos municipais contou com a presença de André Ventura, que sublinhou a importância do momento para o partido, descrevendo-o como um "dia de grande felicidade", mas também de "grande, grande responsabilidade política".

O líder do Chega destacou que esta vitória é uma oportunidade para "mostrar ao país que podemos governar próximo das populações".

No seu discurso de tomada de posse, o novo presidente, Nelson Cunha, prometeu "uma Câmara próxima das pessoas, uma gestão responsável e transparente, e uma governação centrada nas soluções e não nas desculpas".

Contudo, o novo executivo do Chega enfrentou de imediato um revés significativo.

As bancadas da coligação PSD/CDS-PP e do PS concertaram-se para eleger a mesa da Assembleia Municipal, garantindo assim o controlo deste órgão deliberativo e isolando o Chega.

Esta aliança de forças da oposição demonstra uma estratégia de contenção e antecipa um mandato em que o diálogo e a negociação política serão determinantes para a governação do concelho. A configuração de poder no Entroncamento reflete um cenário de governação dividida, onde o executivo do Chega terá de negociar permanentemente com uma assembleia controlada pela oposição.