A decisão surge na sequência dos maus resultados do partido nas eleições legislativas de maio, onde viu a sua representação parlamentar reduzida a uma única deputada, e nas autárquicas de outubro, onde também perdeu expressão.

Mortágua afirmou acreditar que o partido “beneficiará de ter, na coordenação e no parlamento, pessoas com melhores condições” e “outras vozes”.

A sua saída do Parlamento ocorrerá no final de novembro, após a conclusão do processo orçamental. A sucessão será decidida na 14.ª Convenção Nacional do partido, agendada para 29 e 30 de novembro. Entre os nomes ponderados para a sucessão está o do dirigente e antigo deputado José Manuel Pureza.

A saída de Mortágua coincide com um momento de forte demarcação do BE face ao PS, tendo a coordenadora anunciado o voto contra o Orçamento do Estado, acusando os socialistas de passarem um “cheque” a um documento “muito pouco transparente”. Este é um momento de viragem para o Bloco, que procura um novo fôlego para se afirmar na reconfiguração da esquerda.