O Bloco de Esquerda (BE), o PCP e o Livre anunciaram o seu voto contra o Orçamento do Estado para 2026, demarcando-se firmemente da viabilização proporcionada pela abstenção do PS. Esta posição unânime solidifica um bloco de oposição à esquerda, que acusa os socialistas de cumplicidade com as políticas do Governo de direita.\n\nA ainda coordenadora do BE, Mariana Mortágua, classificou a posição do PS como uma “abstenção violenta” que passa um “cheque” a um documento “muito pouco transparente”. Da mesma forma, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, prometeu um “firme combate” ao orçamento, afirmando que os partidos que o viabilizam, incluindo o PS, se estão “nas tintas para o país” e apenas garantem os interesses dos grandes grupos económicos.
O Livre também se posicionou como uma oposição ativa, com o seu porta-voz, Rui Tavares, a defender que, enquanto “o PS e, eventualmente, o Chega desistem, através das suas negociações, de ajudar as pessoas”, o seu partido não o fará.
Para materializar esta oposição, o Livre apresentou um conjunto de 52 propostas de alteração, incluindo a redução do IVA para 21% e o aumento do salário mínimo. Esta frente comum de recusa ao OE2026 não só evidencia a profunda fratura no campo da esquerda, como também sinaliza uma disputa pelo espaço de principal força de oposição ao Governo da AD, desafiando a hegemonia do PS nesse papel.
Em resumoO voto contra o OE2026 por parte do BE, PCP e Livre marca uma clara delimitação estratégica face ao PS, consolidando uma frente de oposição à esquerda. Esta dinâmica acentua a fragmentação do espectro político e intensifica a competição pela liderança da oposição ao Governo da AD.