A pré-campanha de André Ventura para as eleições presidenciais tem sido marcada por uma estratégia de polarização, através de declarações e materiais de campanha controversos que geraram fortes reações. A afirmação de que Portugal precisava de “três Salazares” e a utilização de cartazes com a frase “Isto não é o Bangladesh” colocaram o líder do Chega no centro do debate político.\n\nAs suas declarações numa entrevista à SIC, onde defendeu que “não era preciso um Salazar, eram precisos três para pôr o país na ordem”, motivaram uma condenação imediata dos seus principais adversários.
Luís Marques Mendes afirmou que Ventura “não pode ser Presidente da República nem vai ser”, acusando-o de “dividir os portugueses” e “minar a democracia”. António José Seguro contrapôs que “o país não precisa de ditadores”.
Em paralelo, a campanha de Ventura espalhou cartazes com mensagens consideradas xenófobas, como “Isto não é o Bangladesh”, o que levou o presidente da Câmara da Moita, Carlos Albino, a apelar a uma ação do Ministério Público, e a embaixada do Bangladesh em Lisboa a pedir calma à sua comunidade.
Ventura, por sua vez, reforçou as suas posições, demarcando-se dos “valores de Abril” e afirmando ser “o candidato de Portugal”. Esta estratégia de comunicação visa consolidar a sua base de apoio através de um discurso radical e anti-sistema, forçando os restantes candidatos a posicionarem-se reativamente e dominando a agenda mediática.
Em resumoA estratégia de André Ventura para as presidenciais assenta na provocação e na polarização, como demonstram as suas referências a Salazar e os cartazes controversos. Ao gerar reações fortes de adversários e da sociedade civil, Ventura consegue manter-se no centro da atenção política, moldando os termos do debate inicial da corrida a Belém.