O antigo secretário-geral do PS e figura proeminente da ala esquerda do partido, Pedro Nuno Santos, solicitou a suspensão do seu mandato de deputado por um período de 180 dias. A decisão, aprovada por unanimidade no Parlamento, significa o seu afastamento temporário precisamente antes do crucial debate sobre o Orçamento do Estado para 2026.\n\nO pedido de suspensão foi justificado com um “motivo ponderoso de natureza pessoal e profissional”. Esta movimentação ocorre num momento politicamente sensível para o PS, que enfrenta críticas internas e externas pela sua decisão de se abster na votação do Orçamento, viabilizando assim o documento de um Governo de direita. A ausência de Pedro Nuno Santos, conhecido pelas suas posições mais à esquerda e pela sua capacidade de intervenção parlamentar, retira do debate uma voz potencialmente dissonante da linha oficial do partido.
A sua substituição pela deputada Lia Ferreira foi um ato processual, mas o timing da suspensão alimenta especulações sobre a sua estratégia política a longo prazo.
Este afastamento pode ser interpretado como uma forma de se distanciar de uma decisão partidária controversa, preservando o seu capital político para futuras disputas pela liderança do PS, ou simplesmente como uma pausa necessária da vida parlamentar. Independentemente da motivação, a sua ausência representa uma alteração na dinâmica de poder dentro da bancada socialista durante um dos momentos mais importantes do ano político.
Em resumoA suspensão de mandato de Pedro Nuno Santos constitui uma mudança notável na composição e dinâmica do grupo parlamentar do PS. O seu afastamento durante o debate orçamental retira uma voz crítica do espaço público e gera interrogações sobre o seu posicionamento e futuras ambições políticas no seio do Partido Socialista.