A aprovação reflete um momento crucial na governação de Luís Montenegro, que conseguiu passar o seu primeiro grande teste orçamental. O primeiro-ministro sublinhou que "a margem para alterações orçamentais é muito curta", apelando à responsabilidade dos partidos na fase de especialidade.

A posição do PS, descrita por José Luís Carneiro como uma "abstenção exigente", visa "assegurar a estabilidade política" sem, contudo, dar um aval incondicional ao executivo.

Carneiro afirmou que o Governo "tem um ano para mostrar o que vale", deixando claro que o apoio não é um "cheque em branco".

O debate foi marcado por críticas de todas as frentes.

André Ventura justificou o voto contra do Chega com a "asfixia fiscal" sobre famílias e empresas e a manutenção da carga fiscal sobre os combustíveis.

A Iniciativa Liberal classificou o orçamento como "poucochinho" e "laranja por fora, rosa por dentro", sugerindo que poderia ter sido elaborado pelo PS. A esquerda, por sua vez, acusou o PS de viabilizar um documento que não responde às necessidades sociais.

O debate ficou também assinalado por um momento de alta tensão entre o líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, e André Ventura. Após Ventura acusar o PS de instalar a "nacional corrupção", Brilhante Dias respondeu elencando crimes alegadamente imputados a membros do Chega e declarando que "três Salazares não serão suficientes para calar o Partido Socialista".