As frases "Isto não é o Bangladesh" e "Os ciganos têm de cumprir a lei" geraram um repúdio generalizado, ações legais e um debate sobre os limites do discurso político.

A reação foi imediata e abrangeu vários setores da sociedade.

A Embaixada do Bangladesh em Lisboa emitiu um comunicado a apelar à "calma, sobriedade e uma posição pacífica" junto da sua comunidade, informando que contactou as "autoridades apropriadas".

Oito associações ciganas anunciaram a intenção de apresentar uma queixa no Ministério Público (MP) por incitamento ao ódio e ponderam uma providência cautelar para a remoção dos cartazes.

O líder do PS, José Luís Carneiro, também apelou à intervenção do MP para que "estejam atentas àquilo que são mensagens que atentam contra os valores da Constituição". A Comissão Nacional de Eleições (CNE) confirmou ter recebido "dezenas de queixas" e, embora considere não ter competência para intervir fora do período eleitoral, decidiu remeter as participações ao MP para "apurar da prática de algum ilícito penal", sublinhando que o conteúdo da propaganda está "sujeito a determinados limites".

Outros candidatos presidenciais condenaram veementemente os cartazes.

Gouveia e Melo acusou Ventura de entrar num "corrupio de racismo" que o faz lembrar o "sistema hitleriano", enquanto Marques Mendes os classificou como "provocadores, racistas e de muito mau gosto", embora tenha pedido que não se avance para tribunal para não "fazer o jogo do Chega". André Ventura recusou retirar os cartazes, defendendo que está em causa a sua "liberdade de expressão" e classificando as críticas como uma tentativa de "prender o líder da oposição".