A proposta do executivo, que inclui um aumento faseado de 10 cêntimos por ano no subsídio de refeição a partir de 2027, foi veementemente rejeitada pelas estruturas sindicais, que a consideram "miserável" e insuficiente. Numa nova ronda negocial, o Governo manteve os aumentos previstos no acordo plurianual em vigor, mas apresentou como única novidade a atualização do subsídio de refeição, que passaria dos atuais 6 euros para 6,30 euros em 2029.

Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, classificou a proposta como "uma mão cheia de coisa nenhuma", afirmando que representa "mais um ano de perda de poder de compra".

José Abraão, da Fesap, ecoou a crítica, afirmando que os 10 cêntimos propostos para 2027 "nem sequer dá para comprar um pão hoje".

As reivindicações sindicais são substancialmente mais elevadas: a Frente Comum exige um aumento salarial de 15% (mínimo de 150 euros) e um subsídio de refeição de 12 euros, enquanto a Fesap pede um aumento mínimo de 95 euros e um subsídio de 10 euros. As negociações decorrem num clima de descontentamento, no rescaldo de uma greve da Função Pública que, segundo os sindicatos, teve uma adesão de 80%. A Frente Comum já admite a possibilidade de uma greve geral, caso o Governo não melhore a sua oferta.

O Ministério das Finanças informou que tomou "boa nota das propostas apresentadas" e que as irá analisar, mas sublinhou que "ainda não está em condições de assumir posições", com a próxima reunião agendada para 12 de novembro.