A decisão surge na sequência de resultados eleitorais negativos, tanto nas legislativas, onde o partido foi reduzido a uma deputada, como nas autárquicas, com uma perda significativa de representação local.

A sucessão será decidida na 14.ª Convenção Nacional do partido, agendada para 29 e 30 de novembro, onde a moção A, anteriormente liderada por Mortágua, escolherá um novo nome para encabeçar a lista à Mesa Nacional.

Nomes como o do fundador José Manuel Pureza têm sido apontados como possíveis sucessores, embora este tenha rejeitado "cenários precipitados".

A saída de Mortágua é vista por analistas como o fim de um ciclo e a constatação de que o partido "não soube sair do seu casulo", mantendo-se em torno das mesmas figuras e com dificuldade em dialogar internamente e com a sociedade. A crise do Bloco é enquadrada numa dificuldade mais ampla da esquerda em Portugal, que em três anos perdeu quase 20 pontos percentuais de apoio eleitoral.