A CMTV e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) criticaram a iniciativa, acusando os três canais generalistas de criarem uma "matriz anti-concorrencial" que limita o pluralismo informativo. O acordo prevê a realização de 28 debates em horário nobre, entre 17 de novembro e 22 de dezembro, transmitidos em sinal aberto.
Uma das cláusulas estipula que, durante este período, os oito principais candidatos não participarão em formatos idênticos noutros canais.
Carlos Rodrigues, diretor da CMTV, classificou a medida como uma "cartelização inaceitável do debate político", acusando os três operadores de "excluir e silenciar" outros meios de comunicação.
A Medialivre, dona da CMTV, anunciou que irá combater a decisão em todas as instâncias, incluindo a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e a CNE.
A CNE já se pronunciou, emitindo uma deliberação onde afirma que a exclusividade acordada "não é compatível com os objetivos que devem ser assegurados em períodos eleitorais". A CNE considera que "as eleições não são um negócio" e que a prática limita o objetivo de "exponenciar a informação através de todos os meios de comunicação".
Consequentemente, a CNE comunicará a sua posição à ERC e à Autoridade da Concorrência.
Em resposta, os três canais defenderam que a realização de outros debates no mesmo período "não é razoável", pois iria "desviar a atenção dos espetadores, prejudicando o esforço" de esclarecimento e atingindo "audiências significativamente inferiores". Posteriormente, os canais clarificaram que não pretendiam um "exclusivo do modelo frente-a-frente", e as candidaturas terão concordado em não aceitar outros debates a dois nesse período por iniciativa própria.












