Passos Coelho argumentou que “já não vale a pena haver mais cálculos eleitorais”, pois evitar tomar “decisões tão importantes no tempo certo” condena o país a “tomá-las fora de tempo”, sempre com “um resultado pior”.
A sua crítica visou a aparente preferência do executivo por medidas de curto prazo e com retorno eleitoral imediato, como o que apelidou de “prémio” aos pensionistas, em detrimento de reformas estruturais que fomentem o investimento e o crescimento económico a longo prazo.
Esta intervenção é politicamente significativa por vir de uma figura proeminente da mesma área política do Governo da Aliança Democrática. Representa uma pressão interna do espaço de centro-direita para uma governação mais focada em reformas e menos em táticas de popularidade. Ao alertar para o esgotamento das margens de manobra, Passos Coelho posiciona-se como uma voz de consciência estratégica, instando o atual executivo a adotar uma postura de estadista, mesmo que isso implique custos políticos no imediato. O seu apelo para que se “olhe para o futuro” reflete uma preocupação com a sustentabilidade das políticas públicas para além do ciclo eleitoral.












