A votação demonstrou a complexa aritmética parlamentar atual: PSD e CDS-PP votaram a favor, enquanto Chega, IL, BE, PCP e Livre votaram contra.
A decisão do PS de se abster, juntamente com o PAN e o JPP, foi o fator decisivo para a aprovação do documento. O líder do PS, José Luís Carneiro, justificou a posição como uma “abstenção exigente”, afirmando que o seu partido não seria uma “força de bloqueio” e que esta decisão dá ao Governo o prazo de “um ano para mostrar o que vale”, evitando uma crise política que os portugueses não desejariam. Esta estratégia, contudo, gerou críticas dos partidos à sua esquerda, como o BE e o PCP, que acusaram os socialistas de “passar um cheque” a um orçamento de direita.
Por outro lado, o Chega, ao votar contra, reforçou a sua posição como principal partido da oposição, com André Ventura a argumentar que o orçamento não se diferenciava dos anteriores do PS.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, celebrou a aprovação como um sinal de estabilidade, mas advertiu que a “margem orçamental é mesmo muito curta” para acomodar grandes alterações na fase de discussão na especialidade, nomeadamente no que toca a um aumento permanente das pensões, como propõe o PS.












