As suas intervenções são interpretadas como uma rutura com a linha política de Luís Montenegro e um posicionamento para o futuro da direita.

Num discurso no Congresso Internacional do Cooperativismo, Passos Coelho alertou que "chegou o fim das margens de manobra que permitem ir adiando decisões importantes" e criticou o Governo por "perder tempo com preocupações distributivas", numa referência velada a medidas como o complemento extraordinário para pensionistas. Declarou que "É uma crítica que aqui assumo", oficializando a sua divergência com a estratégia do atual executivo.

Vários analistas políticos veem nestas declarações uma "rutura com o montenegrismo" e uma tentativa de se posicionar como a "reserva moral" da direita, possivelmente preparando um regresso à política ativa.

As suas críticas são vistas como um esforço para condicionar o futuro pós-Montenegro, especialmente se surgirem crises políticas, como um eventual desenvolvimento judicial no caso Spinumviva.

A sua postura demarca-se claramente da matriz social-democrata que o PSD oficialmente professa, aproximando-se de uma linha ideológica mais liberal e reformista, que alguns comentadores apelidam de "passismo".