Este panorama sugere uma reconfiguração do poder eleitoral, com uma forte possibilidade de a segunda volta ser disputada por candidatos fora do sistema partidário tradicional.

Os estudos de opinião indicam que tanto Ventura como Gouveia e Melo recolhem cerca de 18% das intenções de voto, com Marques Mendes muito próximo, dentro da margem de erro. Um fator crucial que emerge das sondagens é o elevado número de eleitores indecisos, que atinge os 22%, superando as intenções de voto de qualquer candidato individualmente. Este dado confere um elevado grau de imprevisibilidade à corrida eleitoral, tornando os debates e a performance dos candidatos nas próximas semanas decisivos.

A ascensão de figuras como Gouveia e Melo, que se apresenta como um candidato de fora do sistema, e a consolidação de Ventura como uma força antissistema, refletem um desgaste da confiança nos partidos tradicionais. Em contraste, candidatos como António José Seguro (10%) e João Cotrim de Figueiredo (3%) surgem mais distanciados. A reação de Cotrim de Figueiredo aos números, afirmando que as sondagens se "enganaram sem querer ou de propósito", ilustra a tensão e a importância atribuída a estes estudos na definição das estratégias de campanha e na perceção pública do poder de cada candidato.