A justificação de "razões técnicas diversas" apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) foi amplamente considerada insuficiente, intensificando o debate sobre o poder e a fiscalização do Ministério Público.

O caso dominou a agenda política, com reações de várias figuras de Estado. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que "a sensação que se tem é de que não se aplicou a lei" e que o caso deve ser uma "lição para o futuro". O atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, sublinhou a necessidade de garantir que as escutas são feitas "dentro da legalidade", especialmente tratando-se de um chefe de Governo. O líder do PS, José Luís Carneiro, considerou a falha de "maior gravidade" e exigiu "cabais esclarecimentos" ao PGR.

A própria defesa de António Costa veio a público exigir o apuramento de responsabilidades. A controvérsia expõe uma falha significativa nos procedimentos de um dos casos judiciais mais politicamente sensíveis dos últimos anos, abalando a credibilidade do Ministério Público e levantando questões sobre a violação do Estado de Direito, o que representa um abalo no equilíbrio de poder entre as instituições.