A sua eleição representa uma tentativa de renovação e de reaproximação ao eleitorado perdido, com uma aposta no diálogo e na unificação das esquerdas. A XIV Convenção Nacional do BE decorreu num contexto de resultados eleitorais historicamente baixos, que levaram à saída de Mariana Mortágua após dois anos na liderança. No seu discurso de despedida, Mortágua admitiu erros, mas rejeitou que tenham sido “determinantes”, e defendeu que o partido precisa de “mudar quase tudo”.
A eleição de Pureza, cuja moção conquistou 65 dos 80 lugares na Mesa Nacional, foi vista como uma aposta num perfil agregador e com vasta experiência em “diálogos”, como nos processos da eutanásia. No seu primeiro discurso como coordenador, José Manuel Pureza adotou um tom de humildade e reconciliação, chegando a pedir “desculpa ao nosso povo” pelo crescimento da extrema-direita, que atribuiu em parte às falhas da esquerda. Prometeu um partido de “gente real” e uma “esquerda de pontes”, focada em “juntar lutas” e em dialogar com os restantes partidos à esquerda, numa clara mudança de estratégia face à postura mais confrontacional da direção anterior.
O seu objetivo principal é reconquistar o “afeto” dos eleitores e combater a extrema-direita, indo buscar eleitorado que o partido perdeu.
Fundadores do partido, como Francisco Louçã e Fernando Rosas, apelaram a que o Bloco tenha os “pés bem assentes na terra” e se reconecte com os trabalhadores e os movimentos sociais.
No entanto, a oposição interna manifestou ceticismo, duvidando que a escolha de Pureza represente uma mudança estrutural e criticando a “centralização” do partido.














