Estes resultados sugerem que, pela primeira vez em 40 anos, a eleição do Presidente da República poderá ser decidida numa segunda volta.

De acordo com a sondagem do ICS/ISCTE para a SIC e o Expresso, tanto Ventura como Gouveia e Melo recolhem 18% das intenções de voto, com Marques Mendes muito próximo, dentro da margem de erro, o que configura um empate técnico a três. Este equilíbrio reflete uma fragmentação do eleitorado e a ausência de um candidato claramente favorito. Um fator determinante é a elevada percentagem de indecisos, que atinge os 22%, superando a intenção de voto de qualquer candidato individualmente. O cenário de uma segunda volta entre Gouveia e Melo e Ventura é o mais provável, e, nesse confronto direto, o almirante venceria todos os adversários.

A posição de Marques Mendes, candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP, é vista como delicada, já que não consegue capitalizar totalmente o apoio dos partidos do Governo. A reação dos candidatos às sondagens tem sido diversa, com Cotrim de Figueiredo, que surge com 3%, a questionar a metodologia, e Marques Mendes a desvalorizar os números, afirmando-se confiante na passagem à segunda volta. Esta conjuntura de indefinição intensifica a importância dos debates televisivos, que se tornam cruciais para os candidatos se diferenciarem e conquistarem o vasto eleitorado que ainda não decidiu o seu voto.