Este apoio não solicitado transformou-se imediatamente num embaraço político para o almirante, que reagiu com visível irritação e se demarcou da controversa figura.
A declaração de Sócrates, feita numa entrevista, surgiu momentos antes de um debate televisivo entre Gouveia e Melo e Jorge Pinto.
Quando confrontado com o assunto, o candidato presidencial mostrou-se desconfortável, afirmando que não pediu nem gostava de ter tal apoio, que dispensava, e que não possui qualquer relação com o antigo governante.
A sua reação irritada à pergunta do moderador foi amplamente notada e analisada pelos comentadores, que descreveram o endosso como um “abraço de urso” ou um presente envenenado. O episódio demonstra a persistente influência tóxica de José Sócrates na política portuguesa, sendo o seu nome imediatamente utilizado como arma de arremesso contra a campanha de Gouveia e Melo, que se apresenta como um candidato independente e fora do sistema partidário. O incidente obrigou o almirante a gerir uma crise inesperada, ilustrando como o legado da Operação Marquês e a polarização em torno de Sócrates continuam a ser fatores de peso no atual panorama político e, em particular, na corrida a Belém.














