A sucessão de Mariana Mortágua, que liderou o partido durante dois anos, ocorre num dos momentos mais críticos da história do BE, que viu a sua representação parlamentar reduzida a uma única deputada. No seu discurso de despedida, Mortágua admitiu erros, mas rejeitou que tenham sido "determinantes", e defendeu que o partido "tem que mudar quase tudo, e quase tudo não é demais".
O novo líder, José Manuel Pureza, cuja moção obteve 65 dos 80 lugares na Mesa Nacional, prometeu uma liderança focada no diálogo e na construção de pontes. No seu primeiro discurso, comprometeu-se a recusar "sectarismos" e a fazer "todos os diálogos" necessários à esquerda, propondo uma "esquerda de pontes" concentrada "na mesma luta".
Pediu ainda desculpa "ao nosso povo" pelo crescimento da extrema-direita, assumindo as falhas do partido.
A convenção foi palco de várias intervenções que refletiram sobre as causas do declínio eleitoral, com figuras históricas como Francisco Louçã e Fernando Rosas a pedirem um maior enraizamento social e uma reorganização que será uma "tarefa hercúlea".
A nova direção pretende combater o "centralismo" e promover uma cultura de organização mais aberta e dialogante.













