A declaração de apoio do antigo primeiro-ministro José Sócrates à candidatura presidencial de Henrique Gouveia e Melo gerou uma forte reação por parte do almirante, que se demarcou de forma veemente, criando um momento de tensão na pré-campanha. Numa entrevista, José Sócrates anunciou o seu voto em Gouveia e Melo, justificando que o candidato é quem "oferece melhores garantias de que nunca aceitará a extrema-direita no poder". A notícia foi recebida com visível desconforto por Gouveia e Melo, que, durante um debate televisivo com Jorge Pinto, se mostrou irritado com a questão, afirmando que o apoio era "absolutamente irrelevante" e que dispensava o mesmo. O almirante sublinhou a sua total independência e distanciamento, garantindo que "há um universo que o separa" de José Sócrates e que não tem qualquer relação com o ex-governante.
A associação a Sócrates, uma figura controversa e arguido na Operação Marquês, é politicamente sensível e foi explorada por adversários.
A candidatura de Gouveia e Melo já tinha sido associada a figuras próximas do antigo primeiro-ministro, como o seu mandatário distrital Afonso Camões, o que intensificou o escrutínio sobre as suas ligações políticas.
A reação intempestiva do candidato durante o debate foi notada por analistas, que questionaram a sua capacidade de gerir a pressão e a controvérsia, elementos inevitáveis numa corrida presidencial.
Em resumoO apoio inesperado de José Sócrates tornou-se um obstáculo na campanha de Gouveia e Melo, forçando o candidato a uma demarcação pública e enérgica. O episódio ilustra as complexas dinâmicas de influência e os legados políticos que continuam a pesar na atualidade, testando a capacidade dos candidatos de gerirem associações indesejadas.