A situação judicial de José Sócrates voltou a agitar-se com a revelação de que o Ministério Público (MP) está a investigar as suas viagens ao estrangeiro, admitindo a possibilidade de pedir um agravamento das medidas de coação por suspeita de risco de fuga. O foco da investigação é uma deslocação do antigo primeiro-ministro aos Emirados Árabes Unidos, que, segundo o MP, não terá sido comunicada ao tribunal, violando as medidas de coação a que está sujeito. Os procuradores citam uma entrevista em que o próprio Sócrates mencionou ter estado no país por "duas semanas", enquanto o ex-governante garante que a viagem durou menos de cinco dias.
Esta discrepância e a falta de comunicação prévia levaram o MP a temer um plano de fuga e a considerar a revisão das suas condições.
Caso se confirmem as deslocações não autorizadas, a situação processual de José Sócrates poderá complicar-se significativamente.
A defesa do ex-primeiro-ministro, agora a cargo do advogado José Preto, enfrenta o desafio de justificar estas viagens perante o tribunal.
A notícia surge num momento em que o nome de Sócrates regressa à esfera política, não só pela sua própria situação judicial, mas também pela sua declaração de apoio à candidatura presidencial de Henrique Gouveia e Melo, que gerou controvérsia.
Em resumoA investigação do Ministério Público às viagens de José Sócrates reabre a discussão sobre o risco de fuga do ex-primeiro-ministro e ameaça endurecer as suas medidas de coação. Este desenvolvimento acrescenta mais um capítulo à longa saga judicial da Operação Marquês, mantendo a figura de Sócrates no centro da atualidade política e judiciária.