Esta dinâmica levou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a criticar a oposição por “leiloarem propostas à la carte” e por uma “interferência nas competências do Governo”.

A situação demonstra uma nova realidade parlamentar: enquanto o Governo de Luís Montenegro conseguiu aprovar o seu principal instrumento de governação, não tem controlo sobre o seu conteúdo final, ficando sujeito a alianças pontuais da oposição que podem alterar substancialmente as suas políticas.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, chegou a questionar o “taticismo” do PS, evidenciando a tensão entre os dois maiores partidos, apesar do acordo tácito que permitiu a sobrevivência do Orçamento.