A sua atuação demonstra uma dualidade entre o poder político consolidado e a controvérsia permanente.

Recentemente, o seu apoio foi decisivo para a alteração do regimento da Câmara Municipal de Lisboa, conferindo mais poderes ao executivo de Carlos Moedas e limitando a ação da oposição, da qual o próprio Chega faz parte. Esta manobra foi justificada como uma forma de garantir que “a câmara trabalhe”, mas criticada pelo PS e PCP como um ataque às “ferramentas da oposição”.

Paralelamente, Ventura enfrenta desafios legais: o Ministério Público solicitou o levantamento da sua imunidade parlamentar para responder a uma queixa por difamação apresentada pelo ex-deputado do PSD, Joaquim Pinto Moreira. A sua figura é também alvo de queixas formais, como a apresentada por um sindicato de funcionários da Assembleia da República, que denuncia um “descontrolo de atitudes do grupo parlamentar do Chega” que afeta a “dignidade, saúde mental e integridade física dos trabalhadores”. Estas situações, aliadas à sua performance nos debates e à liderança nas sondagens, pintam o retrato de um ator político que, enquanto ganha poder, atrai um nível de conflito e oposição institucional sem precedentes.