A apresentação de um novo pacote de medidas para a habitação por parte do Governo, focado em incentivos fiscais, revelou uma potencial área de convergência com o Chega. A reação positiva do partido de André Ventura às propostas do executivo sinaliza uma nova dinâmica de poder, onde o Chega se posiciona como um interlocutor válido para a viabilização de políticas setoriais. O pacote governamental, que deu entrada no parlamento, inclui medidas como a redução do IRS sobre as rendas para 10% e a baixa do IVA na construção.
O Chega mostrou-se otimista quanto às negociações, afirmando que “se congratula” com as propostas e defendendo que algumas são semelhantes às que o próprio partido já tinha apresentado.
Esta postura contrasta com a de outras forças da oposição e de associações de inquilinos, que consideram as medidas “insuficientes” e demasiado dependentes da “adesão dos senhorios”.
O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo também elogiou as medidas, considerando que o Governo está “no caminho certo”.
A disponibilidade do Chega para negociar este pacote demonstra a sua estratégia de exercer influência pragmática sobre a governação, aproveitando a fragilidade do executivo minoritário para avançar com partes da sua agenda, enquanto se demarca em outras áreas para manter o seu papel de principal partido da oposição.
Em resumoO novo pacote de habitação do Governo não só aborda uma crise social premente, como também expõe uma nova dinâmica parlamentar. A recetividade do Chega às medidas cria uma ponte de diálogo com o executivo, ilustrando a estratégia do partido de ganhar influência política pragmática em áreas-chave.