A proposta governamental, que segundo o primeiro-ministro Luís Montenegro visa modernizar a economia e não deve ser feita apenas quando o país está "à rasca", é vista pelos sindicatos como um retrocesso nos direitos dos trabalhadores.

Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, classificou a abertura negocial do Governo como "uma falácia", enquanto o antigo coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, alertou que a reforma arrastará o país para um "lamaçal de destruição social”.

A oposição também se manifestou criticamente.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o Governo de "lançar a cenoura depois de uma machadada", referindo-se à sugestão de um salário mínimo de 1500 euros como uma manobra de diversão.

Paulo Raimundo, do PCP, considerou a proposta uma "lei à americana" dos despedimentos.

O tema dominou igualmente a campanha presidencial, com os candidatos a pronunciarem-se sobre o assunto.

João Cotrim Figueiredo distinguiu as motivações da greve, considerando que "do lado da CGTP a greve geral tem motivações políticas, da UGT não me parece". A paralisação antecipa um forte impacto nos setores da saúde, educação e transportes, apesar da garantia de cumprimento dos serviços mínimos.