O processo 'Operação Marquês' voltou ao centro da atualidade política após o Ministério Público ter manifestado suspeitas de que o ex-primeiro-ministro José Sócrates poderá estar a preparar um plano de fuga. A preocupação dos procuradores baseia-se em viagens de Sócrates aos Emirados Árabes Unidos, que alegadamente não terão sido comunicadas ao tribunal, violando as condições do termo de identidade e residência a que está sujeito. O MP admitiu a possibilidade de pedir um agravamento das medidas de coação, como a retirada do passaporte.
Em resposta, José Sócrates negou veementemente qualquer irregularidade, afirmando que as suas viagens não excederam o limite de cinco dias e que a suspeita de fuga é "completamente falso" e mais uma "manobra" da acusação.
O seu novo advogado apresentou um recurso à Relação, entrando em conflito com a juíza do processo.
Este novo capítulo aumenta a controvérsia em torno de um dos casos judiciais mais longos e politicamente sensíveis da democracia portuguesa, reforçando a perceção de uma justiça lenta e suscetível a manobras processuais, o que contribui para o descrédito geral no sistema judicial.
Em resumoA suspeita de um plano de fuga de José Sócrates reavivou a polémica em torno da 'Operação Marquês', evidenciando a contínua batalha legal e mediática do ex-primeiro-ministro. O caso permanece um símbolo das fragilidades e da morosidade da justiça em Portugal, com implicações que transcendem o âmbito judicial e contaminam a esfera política.