A paralisação, com previsão de forte adesão em setores como os transportes, saúde, educação e função pública, representa o maior desafio social enfrentado pelo executivo de Luís Montenegro. No centro da contestação está um pacote legislativo que, segundo os sindicatos, promove a precariedade, facilita os despedimentos e desregula os horários de trabalho.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o Governo de "disrupção da paz social" e de fugir ao diálogo, considerando que as alterações propostas carecem de "quaisquer pontos positivos". Em contraste, o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, desvalorizou a paralisação, afirmando que "não faz sentido" e que se trata de uma greve com motivações "políticas", acusando a UGT de ter caído "na armadilha da CGTP".

A deputada do PSD, Carla Barros, classificou a adesão da UGT como uma "irresponsabilidade". Do lado sindical, a CGTP e a UGT antecipam uma "adesão muito significativa" e uma resposta "firme e determinada" dos trabalhadores, com o líder do PCP, Paulo Raimundo, a mostrar-se confiante de que a greve criará "melhores condições para derrotar" o pacote laboral. A união das duas maiores centrais sindicais, juntamente com a adesão de múltiplos sindicatos setoriais, incluindo os motoristas de matérias perigosas e os técnicos do INEM, demonstra a amplitude do descontentamento e a profundidade do confronto entre o Governo e os parceiros sociais.