O Procurador-Geral da República (PGR), Amadeu Guerra, expressou publicamente a sua insatisfação relativamente à condução de investigações de grande mediatismo político, nomeadamente a "Operação Influencer" e o caso "Spinumviva". As declarações do PGR evidenciam a crescente pressão sobre o Ministério Público e a tensão em torno de processos que envolvem figuras de topo do poder político. Amadeu Guerra mostrou-se "insatisfeito" com a divulgação de escutas da "Operação Influencer", que envolvem o antigo primeiro-ministro António Costa, e lamentou que esteja "na ordem do dia criticar o procurador-geral e o Ministério Público". Simultaneamente, queixou-se da demora na entrega de documentos solicitados ao primeiro-ministro Luís Montenegro no âmbito da averiguação preventiva ao caso "Spinumviva", empresa da família do governante.
O PGR afirmou que os documentos não foram "entregues com a celeridade" pretendida, mas prometeu que a averiguação estaria concluída "antes das férias judiciais de Natal".
Estas declarações surgem num contexto de críticas generalizadas ao sistema de justiça, com o Presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, a condenar a "retórica da suspeita" e o recurso excessivo a escutas.
O próprio PGR reagiu a insinuações de que estaria a preparar um favor no caso Spinumviva, afirmando perentoriamente: "O MP não dá prendas a ninguém".
A gestão destes casos pelo Ministério Público continua a alimentar o debate sobre a transparência, a celeridade e a instrumentalização política da justiça.
Em resumoAs declarações do Procurador-Geral da República revelam o mal-estar institucional perante as críticas e os obstáculos em investigações de alto perfil. A controvérsia em torno da "Operação Influencer" e do caso "Spinumviva" intensifica o escrutínio sobre a atuação do Ministério Público, colocando a reforma e a credibilidade da justiça no centro do debate político nacional.