A paralisação representou um teste significativo à autoridade do governo minoritário de Luís Montenegro e à sua controversa proposta de reforma da legislação laboral.
A resposta ao protesto evidenciou uma profunda divisão na perceção do seu impacto.
O Governo, através do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, classificou a adesão como “inexpressiva”, sublinhando que “a esmagadora maioria do país está a trabalhar”.
Em contrapartida, as centrais sindicais reivindicaram um sucesso histórico, com a CGTP a estimar a participação de mais de três milhões de trabalhadores, descrevendo-a como “das maiores greves de sempre”. Os setores mais afetados foram os transportes, a educação e a saúde, com centenas de voos cancelados e muitas escolas e serviços encerrados. A contestação social foi acompanhada por um forte debate político, com os partidos da oposição a manifestarem solidariedade para com os grevistas e os candidatos presidenciais a posicionarem-se sobre o conflito.
Vários comentadores, como Miguel Santos Carrapatoso, salientaram o “impacto político” da greve, argumentando que “o Governo está agora mais pressionado para chegar a um acordo”.
A pressão parece ter surtido efeito imediato, uma vez que, no dia seguinte à paralisação, o Ministério do Trabalho convocou a UGT para uma nova reunião negocial na terça-feira seguinte, sinalizando uma reabertura ao diálogo que os sindicatos vinham a exigir.














