Esta decisão assinala uma viragem significativa na tradicional política externa portuguesa, justificada pelo executivo com a existência de uma “pressão migratória” no país.

O acordo, aprovado pelo Conselho Europeu, previa a recolocação de 21 mil refugiados a partir de países do Mediterrâneo.

A posição de Portugal, representada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, foi duramente criticada pela oposição. Um artigo de opinião na Visão acusa o Governo de adotar um “discurso de extrema-direita baseado na existência de uma alegada ‘crise migratória’ em Portugal, assente na deliberada confusão entre entradas irregulares de candidatos ao asilo e imigrantes à procura de trabalho”.

A mesma fonte nota a “convergência com Orban e Fico”.

O executivo argumenta que o relatório da Comissão Europeia sobre a pressão migratória não descreve adequadamente a situação portuguesa e pretende agora negociar uma exceção com Bruxelas. Esta mudança de rumo é vista como parte de uma agenda mais ampla do Governo Montenegro II, que inclui o endurecimento da Lei de Estrangeiros e da Lei da Nacionalidade, aproximando-se das posições defendidas pelo Chega e rompendo com a postura humanista e solidária que Portugal consistentemente manteve nos debates europeus sobre migrações e asilo.