Esta escolha pessoal rompe com a prática estabelecida pelos seus antecessores e envia um sinal político sobre os privilégios associados aos ex-chefes de Estado.

De acordo com a imprensa, o Presidente analisou várias localizações para um futuro gabinete, incluindo um palacete na Lapa e uma vivenda no Restelo, mas optou por descartar essa possibilidade “no futuro imediato”.

Além do gabinete, Rebelo de Sousa irá também dispensar a pensão vitalícia a que teria direito. A decisão contrasta com a de outros ex-presidentes, como Aníbal Cavaco Silva, que mantém um gabinete no Convento do Sacramento.

Embora se trate de uma decisão pessoal, o gesto tem uma ressonância política considerável, ocorrendo num momento em que o debate sobre os custos do Estado e os privilégios da classe política está presente na sociedade. A atitude do atual Presidente pode ser interpretada como uma tentativa de dar o exemplo de contenção e de se distanciar dos benefícios tradicionalmente associados ao exercício dos mais altos cargos públicos, podendo influenciar as expectativas futuras em relação a outros titulares de cargos políticos.