A forte adesão e as manifestações subsequentes colocaram o executivo de Luís Montenegro sob intensa pressão, marcando o fim do seu "estado de graça". A paralisação gerou uma "guerra de números" entre o Governo, que a classificou como "inexpressiva", e os sindicatos, que a aclamaram como "histórica", com uma adesão superior a três milhões de trabalhadores. O ministro da Presidência, Leitão Amaro, afirmou que "a esmagadora maioria do país está a trabalhar", enquanto o primeiro-ministro sublinhou que a parte que exerceu o direito à greve foi "minoritária".

Em contraste, as centrais sindicais apontaram para uma adesão massiva, especialmente nos transportes, educação e saúde, com o cancelamento de centenas de voos e o encerramento de escolas.

A greve foi vista pela oposição como um "cartão vermelho" às políticas do executivo.

José Luís Carneiro, líder do PS, acusou o Governo de ter "traído a confiança dos portugueses", enquanto Catarina Martins (BE) considerou-a um sinal para o Governo recuar.

A forte mobilização social forçou um novo ciclo negocial, com o Ministério do Trabalho a convocar a UGT para uma nova reunião, e levou o Chega a recuar no seu apoio inicial à reforma. O dia terminou com confrontos entre manifestantes e a polícia junto à Assembleia da República, com seis detidos, um sinal do aumento da tensão social.