O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, afirmou existirem "matérias inultrapassáveis", sinalizando um confronto legislativo iminente para o executivo minoritário.

Carneiro acusou o Governo de quebrar a "paz social" e de não poder negociar querendo "manter as traves mestras" de um documento que, segundo ele, carece de "quaisquer pontos positivos". Numa intervenção contundente, apelou ao executivo para que "deixe de estar cheio de si próprio" e demonstre "humildade" para ouvir os trabalhadores.

Esta posição foi ecoada por outras figuras do partido, como a ex-ministra do Trabalho Ana Mendes Godinho, que considerou a greve geral um "fortíssimo sinal de alarme" e previu que o anteprojeto, sem acordo social, não seria aprovado.

O líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, chegou a comparar o ministro Leitão Amaro ao "ministro da Propaganda do Iraque na Guerra do Golfo" pela sua desvalorização da greve. A oposição firme do PS, aliada à posição ambígua do Chega, deixa o Governo da AD numa posição de grande fragilidade parlamentar, arriscando uma pesada derrota política numa das suas principais bandeiras reformistas.