A campanha para as eleições presidenciais está a ser marcada por uma intensa disputa pelo eleitorado de esquerda, em particular o do Partido Socialista, com o candidato oficial do partido, António José Seguro, e o candidato independente Henrique Gouveia e Melo a trocarem acusações. A tensão levou a uma intervenção direta do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, para reafirmar o apoio do partido a Seguro. O confronto tornou-se explícito no debate televisivo entre os dois candidatos, onde Gouveia e Melo afirmou representar "também o PS", classificando Seguro como candidato de "uma fação do partido".
Seguro respondeu, afirmando que votar no almirante na reserva seria "um tiro no escuro" e que não utiliza "o poder para humilhar subordinados". Em reação, José Luís Carneiro considerou "inadequado que se tenha arvorado como candidato do PS", sublinhando que "o PS só tem um candidato, é António José Seguro".
Esta intervenção visa travar a divisão de votos no campo socialista e consolidar o apoio em torno do candidato oficial.
No entanto, o presidente do partido, Carlos César, moderou a posição, afirmando que quem apoiar outro candidato não será penalizado.
A situação reflete a fragmentação do espaço socialista e a dificuldade do PS em unir o seu eleitorado, numa dinâmica que pode ser decisiva para determinar quem passará à segunda volta das eleições.
Em resumoA luta entre António José Seguro e Henrique Gouveia e Melo pelo eleitorado socialista intensificou-se, obrigando a liderança do PS a intervir para clarificar o seu apoio. Esta divisão interna revela uma fragilidade estratégica para a esquerda e pode ter um impacto significativo no resultado da primeira volta das eleições presidenciais.