O debate tornou-se um campo de batalha estratégico, onde ambos os candidatos procuraram definir-se como a opção mais viável para uma eventual segunda volta.

O debate começou em tom tenso, com Marques Mendes a confrontar Cotrim de Figueiredo sobre a alegação de que este teria sido pressionado por "apoiantes destacados" de Mendes para desistir da candidatura. Mendes classificou a acusação como "um ataque pessoal muito feio", comparando a atitude de Cotrim à de "uma espécie de André Ventura envergonhado" por fazer insinuações sem apresentar nomes ou provas. Cotrim de Figueiredo defendeu-se, mantendo a sua versão dos factos e tentando virar o foco para a falta de transparência do seu adversário, desafiando-o a divulgar os clientes da sua sociedade de advogados. A troca de acusações estendeu-se a temas como a reforma laboral e a visão para o país, com Mendes a tentar colar Cotrim a um nicho liberal e este a acusar o social-democrata de representar a "estagnação". Este confronto direto evidencia a sobreposição dos seus potenciais eleitorados e a consciência de que a performance de um pode impedir o outro de alcançar a segunda volta, num cenário onde as sondagens mostram uma corrida cada vez mais renhida.