Em causa estão os mais de 700 mil euros recebidos em dois anos, cuja origem detalhada o candidato se recusa a divulgar.

Marques Mendes, que formalizou a sua candidatura com 9350 assinaturas, tem sido pressionado a revelar a lista de clientes da sua empresa familiar de consultoria.

O candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP escuda-se no sigilo profissional, afirmando que só divulgará os nomes com a autorização dos próprios.

Considera que a polémica “baixa um bocadinho o nível da campanha”, mas a pressão dos seus opositores não abranda.

O candidato Henrique Gouveia e Melo tem sido um dos mais vocais, alertando para a “dúvida prejudicial” que paira sobre Mendes e questionando se os interesses ligados a esses rendimentos “vão limitar a capacidade de decisão no futuro”. Gouveia e Melo insiste que o esclarecimento é do “maior interesse dos portugueses”. Também o candidato comunista, António Filipe, defendeu que “o país tem o direito de saber a que interesses é que está ligado” alguém que pretende ser Presidente. A controvérsia serve de arma de arremesso político, com João Cotrim Figueiredo a traçar paralelismos entre este caso e a exigência de esclarecimentos que o próprio Marques Mendes fez no caso Spinumviva. A recusa em detalhar a origem dos rendimentos transformou-se num ponto fraco na candidatura de Mendes, contrastando com a sua imagem de comentador que frequentemente exige transparência na vida pública.